30 de março de 2011

Senna – Documentário


Esse filme é para quem viveu a vida de glórias e a morte estúpida de um dos verdadeiros protagonistas do Brasil: Ayrton Senna da Silva. Emocionante é pouco. Eu ainda era garoto (tinha 12 anos) quando vi naquele domingo, primeiro de maio de 1994, o acidente fatal que levou o piloto mais querido do Brasil (e talvez do mundo!). Lembro como se fosse hoje o anúncio da morte do piloto na TV. A nação chorou como se fosse uma perda de alguém realmente muito próximo. Parece exagero, mas era assim que o povo enxergava Senna, a cada conquista nas manhãs de domingo.

17 anos depois, esse documentário vem relembrar a trajetória de um jovem piloto destemido, corajoso e confiante. O grande mérito desse filme talvez seja mostrar os bastidores das corridas no auge de sua carreira, suas brigas com seu maior rival Alain Prost e muito pouco de sua vida pessoal, fora das pistas. Senna era um guerreiro, determinado e vencedor, o que explicava a admiração de sua nação, em uma época de tamanha pobreza e insatisfação do povo brasileiro. Muito bem registrado no documentário, o “povo fala” mostra que Senna era “a única coisa boa do Brasil. O verdadeiro orgulho nacional”, aquele que levava a bandeira brasileira aos quatro cantos, com raça e amor. Tímido, Senna pouco se expressava em público. Mas seu sorriso, seu carisma e, principalmente, suas ações (dentro e fora das pistas de corrida) é que conquistavam fãs de todas as idades. Ele realmente foi o responsável pela popularização de um esporte tão elitista que é a Fórmula 1. Domingo era dia de corrida e todos, jovens e velhos, acordavam cedo para acompanhar e torcer por ele.

“Tema da Vitória” tornou-se um hino sagrado aos domingos e que foi associado unicamente às vitórias de Senna. Por isso, é impossível não lembrar dele quando um piloto brasileiro vence uma corrida hoje (o que se tornou cada vez mais raro por sinal). Para falar a verdade, o brasileiro era mal acostumado, porque quando Senna não ganhava, ou não ia bem numa corrida, era como não valesse aquela corrida.

Às novas gerações, vale a pena conhecer um pouco a história desse esportista que escreveu com talento sua biografia e até hoje faz brasileiros se emocionarem quando relembram sua morte precoce. Senna tinha apenas 34 anos quando se foi e todo mundo não só lamenta como até hoje questiona por que a equipe Willians permitiu tal corrida, quando sabia-se dos defeitos que o carro apresentava na época, com instabilidade que o próprio piloto alertou ainda nos treinos.

28 de março de 2011

Dólar X Real


“Dilma assina decreto que aumenta Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) de compras no exterior (...) num esforço para evitar que os brasileiros que estão viajando para o exterior fiquem excessivamente endividados e ainda prejudiquem a indústria nacional comprando importados”. (Globo 25/03/2011)

A questão do câmbio no Brasil sempre gerou polêmica porque se para uns o dólar desvalorizado é vantajoso, para outros é prejuízo na certa. Para nós, meros consumidores, é claro que o dólar baixo é compensador, seja para comprar importados aqui no país, seja para viajar e comprar produtos bem duráveis muito mais baratos lá fora.

O fato é que quando há esse aumento do dólar passamos a viver a velha história de “alegria de pobre dura pouco” ou “se correr o bicho pega se ficar o bicho come”. Se você quer comprar um eletrônico sabe que vai pagar caro aqui, porque o imposto ainda é pesado, e se for comprar lá fora (ainda assim mais vantajoso), também vai pagar imposto, no caso o IOF que passou de 2,38% para 6,38%.

Outra questão é saber o que vale mais a pena: levar dólar em cash, o que significa comprar dólar de turismo, cujo câmbio é maior, ou comprar no cartão, que passa a valer o dólar comercial?

Para quem não é rico, mas que faz seu pé de meia para curtir sua viagem, esse aumento só veio prejudicar os planos, porque qualquer reajuste significa menos dólares disponíveis para gastar.

Por um lado, acho justo o Governo valorizar o que é nosso, no caso, os produtos nacionais, contendo a importação excessiva para não prejudicar a indústria nacional. É a velha “balança comercial” desfavorável que prejudica o país, quando se compra mais lá fora e vende-se pouco do nosso. Por outro lado, o fato do Governo aumentar a taxa de forma abusiva (vamos combinar que de 2,38 para 4,38% é um aumento e tanto!), só faz o dólar circular menos e, com isso, valorizar rapidamente, diminuindo também o poder de consumo da classe média (porque para os ricos, isso pouco importa, vão continuar gastando do mesmo jeito). Resultado: menos viagens para o exterior. Será que isso é positivo no final das contas?

22 de março de 2011

Rir


A tristeza adoece a alma e o corpo. Faz bem chorar, para não guardar mágoas, dores, angústias, raivas. Chorar pode evitar câncer. Afinal, essa é uma doença que desenvolve nas “escuras”, guarda rancores da alma, tristezas não curadas que acabam dominando o corpo. Um aborrecimento sério pode trazer no futuro a doença maligna, que destrói em pouco tempo toda uma vida.

Se o oposto de tristeza é alegria, o melhor remédio então é rir. Rir das besteiras da vida, da piada engraçada, da figura hilariante, dos micos passados. Vale rir de si mesmo. Deboche de suas próprias atitudes, leve a vida um pouco menos a sério.

Fazer amizades também ajuda viver mais alegre. Reunir os amigos para um bom bate papo é sempre divertido. Quando há intimidade então, é impossível não se lembrar de um episódio engraçado, ou passar por situações bizarras que levam a gargalhadas.

A vida é cheia de momentos sisudos, formais, sérios. São reuniões, audiências, congressos, estudos, projetos, prazos, metas, trabalhos. Quando não somos surpreendidos com doenças, tragédias, incidentes. Mas o bom humor é sempre fundamental. Não digo para contar piada em velório, mas não vamos rezar o Pai Nosso em encontros formais, nem resmungar na fila do açougue.

 
Rir traz a leveza que o corpo necessita para subir a montanha. Deixa o ambiente sereno, leve, descontraído. Faz as pessoas se aproximarem mais de você, sem medo de levar um fora, ou ser mal educado. Alegria gera gentileza também e quebra antipatias gratuitas ou falta de vontade alheia.

Estar alegre é um estado de espírito que precisa ser praticado diariamente, mesmo em dias difíceis. É claro que felicidade demais soa estranho. Ninguém é 100% feliz todo tempo. Convenhamos que chega ser estranho quando deparamos com pessoas “simpáticas” e “solícitas” demais. A velha desconfiança do ser humano de achar que alegria demais cheira falsidade.

Quantas pessoas parecem carregar um piano de cauda nas costas permanentemente? Estão sempre lamentando de alguma coisa que falta na sua vida, porém são incapazes de enumerar o que já possui. São pessoas que exalam compaixão, pena, dor. Muitas se fazem de vítima da própria vida, porque nunca procuram em si mesmo a solução de seus problemas. Costumam, geralmente, culpar sempre alguém por isso.

Por outro lado, há aquelas pessoas que sempre queremos por perto, não é verdade? Mesmo sabendo que a pessoa tem lá seus problemas, ela é sempre positiva, está de bom humor, transmite simpatia e alegra o ambiente por onde passa. Todos querem ser amigo dela, porque sabe que com ela não existe “tempo ruim”.

Isso serve de auto-análise. Reflita como as pessoas lidam com você. Buscar a alegria nas pequenas coisas não é se tornar bobo ou infantil. Saber lidar e ajudar as pessoas não é se anular perante o próximo. Quando a nuvem negra paira sobre nossa cabeça, acabamos afastando as pessoas, sem querer, muitas vezes. Tornemos nossas vidas ensolaradas, mesmo quando o tempo estiver acinzentado.

A última coisa que eu pensei em escrever este texto é que se tornasse algo tipo “auto-ajuda”, com palavras vazias e mensagens generalizadas. Apenas tive vontade de escrever sobre a arte de rir e fazer rir. Conheço histórias de pessoas que se deixaram adoecer porque não souberam ou não quiseram rir quando estavam saudáveis. Pessoas sisudas, que chegam a fechar o semblante para falar, porque preferem lidar com distância com o próximo. Pessoas que carregam o tal piano eternamente, sem ter consciência o quão estorvo se tornam. Porém, antes delas, penso em mim mesmo e o quanto me faço rir para não me deixar triste ou aborrecido pelos percalços do dia-a-dia.

21 de março de 2011

Roteirizando idéias


Um dos presentes bacanas que ganhei nesse aniversário foi “Guia de Passeios para Nova York – roteiros para você explorar a cidade a pé”! Gostei primeiro porque vai me ajudar bastante a escrever minhas opções de passeios para próxima viagem e segundo porque me deu uma outra idéia que pretendo pôr em prática a partir de agora.

São inúmeros filmes que têm a cidade NY como pano de fundo. Clássicos que sempre nos fazem viajar para essa mega metrópole cosmopolita que ferve sempre e tem várias opções de lazer, cultura e business. Então, a idéia é justamente ver e rever o maior número de filmes que tenha NY retratada em suas cenas e, quem sabe, visitar esses lugares.

Lembra de algum filme bacana sobre NY? Escreva para mim! Aos amigos blogueiros de sempre (Railer, Júlia, Angélica etc), gostaria muito que me ajudassem nessa super lista de sugestões de filmes. Espero muitos comentários também daqueles que nunca comentaram por aqui!

Valeu!


20 de março de 2011

Quase trinta


Qual a sensação dos “quase trinta”? Em um momento, você percebe que seus vinte anos já estão ficando para trás e, com eles, parte de sua juventude mais desvairada, alucinada, transloucada... [até parece]. Quando você é jovem acredita que tudo é viável e tem que se tornar real logo, porque quanto mais o tempo passa, mais difícil para você realizar suas loucas fantasias. A puberdade é sinônimo de liberdade para os que pensam que a consciência não bate a sua porta e os prazeres pecados são todos perdoados. “ah, isso é da idade”, dizem alguns.

Mas se você não ousou, não experimentou, não alucinou na tal juventude transviada? Será que passou seu time? Será que já é tarde demais? O que você gostaria de ter feito com seus vinte e poucos anos e não conseguiu realizar?

Há os que vão dizer: “gostaria de ter beijado mais”, “curtido mais as noitadas”, “ter feito mais amigos”, ou simplesmente, “ter levado a vida menos a sério”. Já os mais radicais diriam “transado mais, bebido mais, fumado mais”...

Quando você entra na fase dos trinta, algo começa a mudar seus pensamentos e comportamentos. Será? Nos meus quase trinta anos, não consigo ainda pensar em casamento, filhos, creches, fraldas, reuniões de pais, plano de saúde familiar, reforma da casa...

Mas também não lamento as micaretas que não fui, as bebedeiras não que tomei, as drogas que não usei, nem as mulheres que não “comi”. Vivi o que tinha para viver. Os vinte anos se passaram correndo, é verdade, mas sem muitos arrependimentos. Ok, poderia ter me arriscado mais em algumas circunstâncias. Talvez pudesse ter trocado mais de emprego, ter me dedicado mais aos estudos, ter namorado mais... mas nada muito radical a ponto de dizer “isso foi coisa da juventude”. Conheço pessoas que renegam o passado, talvez porque não se reconhecem nas pessoas que foram aos vinte e poucos anos. Outras se arrependem por aquilo que deixaram de fazer quando tinha “idade para isso”, e hoje são pessoas um tanto frustradas, tentando, quando podem, recuperar o tempo perdido.

Essa questão do “tempo perdido” é que me intriga. Será realmente que desperdiçamos o tempo ou o tempo não nos permitiu fazer certas coisas? Na época, havia a liberdade e as facilidades que presenciamos hoje entre os jovens? Deixei de fazer muitas coisas porque não havia oportunidade, não havia dinheiro, ou simplesmente porque meus pais não permitiam. Ao mesmo tempo, não os culpo por aquilo que não fiz na época. Se não tinha dinheiro para viajar, sei lá, para Disney, por exemplo (como a maioria dos adolescentes da minha geração), não me sentia um garoto frustrado ou fora do grupo. Talvez esse seja o exemplo mais tosco que veio na minha cabeça. Mas ao mesmo tempo, agradeço aos meus pais por não me darem tanta liberdade a ponto de provar coisas que hoje viria me arrepender.

Outra questão: quanto mais velho ficamos, mais careta nos tornamos. Afinal, o que é ser careta para você? Será que Lobão ficou careta depois de velho? E a Sandy que agora resolveu ser "devassa"? Mais uma vez eu penso: aqueles que renegam seu passado, certamente se tornaram caretas, porque hoje seus “princípios” mudaram (ou não!). Já os que sempre foram “certinhos”, não se enxergam caretas hoje. Mas há os que se arrependem por aquilo que não fizeram porque na época eram caretas e hoje não.

Fato é que, sendo careta ou não, a sensação que temos, quando vamos chegando perto dos trinta, é que não queremos envelhecer pra valer. Ou melhor, não queremos deixar para trás “os melhores anos de nossas vidas”. A juventude, seja ela vivida como queira, é algo novo, bom, leve, divertido, despojado, arrojado, engraçado, aventureiro. Até as partes pesadas, tensas e chatas (como provas, perdas etc) são vistas como passageiras, que se tornarão lembranças apenas, experiências acumuladas.

Meus vinte anos realmente estão ficando para trás. O que mudará de fato na minha vida? Não sei, não somos programados para trocar a pilha, o chip, nem o cartão de memória. Vamos computando tudo, acumulando tudo e assim nos tornarmos uma biblioteca ambulante, reunindo livrinhos infantis, gibis, revistas de mulheres peladas, artigos acadêmicos, dicionários, enciclopédias, bulas de remédios, certidões de nascimento, casamento, divórcio até o... óbito.

18 de março de 2011

“Acho que dormi com meu melhor amigo”


Entra em cartaz hoje nos cinemas o filme “Sexo sem compromisso”, com Natalie Portman e Ashton. Certamente um filme “mamão com açúcar” que narra o relacionamento entre dois grandes amigos que acabam estragando a amizade quando transam em uma manhã.

Lembrei de uma história engraçada de uma amiga que passou por uma situação parecida e, segundo a própria, foi a coisa mais estranha que já passou. Numa noite dessas de bebedeira e badalação entre amigos, ela e seu fiel e companheiro amigo resolveram “confundir as bolas”. Os dois na época estavam solteiros, descompromissados com o mundo e, portanto, completamente livres para “novas experiências”, até surgir um “por que não nós dois?”. Fato é que os dois perderam a noção da bebedeira, e no “calor” da conversa cheia de insinuações acabaram a noite na... cama.

O nível de amizade era extremamente alto, tipo “amigos de infância”, apesar de terem se conhecidos no período da faculdade. Segundo a própria, ela nunca sentiu atração por ele, e acredita que a recíproca é verdadeira. Então, não foi algo “aquele tesão encubado acabou extrapolando”, nada disso. A verdade é que os dois estavam bêbados mesmo, num fim de noite derrota (zero a zero para ambos) e sem nenhuma perspectiva de arranjar alguém. Lembrando também que, ao contrário dele, ela não era adepta do tal “sexo sem compromisso” e realmente gostava de se envolver com a pessoa antes de chegar no finalmente.

Resultado: a transa foi a mais esquisita e desajeitada de todas que já viveu (nem quando perdeu a virgindade a cena foi bizarra assim). Eles não sabiam se se beijavam, se só praticavam o ato em si ou se riam da situação tosca. Nem romantismo nem sexo selvagem. Os dois terminaram logo e resolveram dormir, afinal o cansaço era mais forte que aquela confusão.

No dia seguinte, a cena não poderia ser pior. Os dois, com olhos de ressaca, se entreolharam sem saber responder: “o que estamos fazendo aqui?”. Ele preferiu partir sem muito diálogo. Ela preferiu tomar um café amargo para cair na real. Um bilhete foi deixado na mesa da sala: “espero que não mude nada entre nós”...

É fato que os dois ficaram um período (curto) sem se comunicarem, talvez por vergonha mesmo um do outro. Até que eles resolveram colocar um ponto final naquele fatídico dia e daí passaram para próxima página da amizade – que não foi nada abalada. Continuam grandes amigos até hoje, cada um com seus respectivos.

15 de março de 2011

Quem convidou?

Não me lembro de ter convidado o Obama para o meu aniversário... Mesmo assim ele vem.

"Não me convidaram
Pra esta festa pobre
Que os homens armaram
Pra me convencer..."

3 de março de 2011

“O Balance, balance, quero dançar com você...”


Esse ano o mês de carnaval não foi em fevereiro. E quando isso acontece, confesso que parece que o ano começa estranho, já que é senso comum achar que o ano só começa de fato depois do carnaval. Se esse rola em março, vamos combinar que são dois meses “empurrando com a barriga” as decisões necessárias para depois do feriado.

Isso ainda me causou um prejuízo por conta de uma confusão na compra de passagem aérea. Eu ia viajar no carnaval, comprei as passagens achando que estava certo, afinal, dia 3 caía numa quinta-feira – o dia que escolhi para viajar, véspera do feriado. Só que havia um pequeno detalhe despercebido: os dias do mês de fevereiro caem no mesmo dia da semana que o mês de março. Conclusão: comprei a passagem para 3 de fevereiro. Não consegui trocá-la e, portanto, tive que cancelar a tão sonhada viagem. Ok, era para estar pegando o vôo hoje, mas já me “castiguei” o suficiente.

Passada a lamentação, a outra opção foi viajar com os amigos para Região dos Lagos, no Rio mesmo. Não, sinceramente essa não foi a melhor solução. Provavelmente você (que conhece bem o que é passar o feriado na Região dos Lagos) vai dizer: “nossa, que programa de índio”! Calma, ainda não completei o enredo do meu samba.

Então vamos lá: a viagem foi inevitável, porque antes mesmo de planejar a outra viagem (a tal cancelada), os amigos já tinham avisado “nosso próximo carnaval já está garantido... será casa de praia, ok?”. Ok. Só não avisaram como seria.

O convite foi feito a todos (ou quase todos), então uma amiga sentiu-se a vontade para levar toda família, com direito a mãe e avó. Outros dois casais vão levar seus pequenos pimpolhos (viva a creche!), já o terceiro casal não tem filhos, mas sim um filhote vira lata. Opa, reunimos todos e vamos “a la playa”!

Como de praxe, rola aquela primeira reunião para acertar “quem vai fazer as compras; quanto cada um tem que contribuir; a distribuição dos quartos etc.”. Os primeiros conflitos logo aparecem: “eu não vou pagar pela bebida alcoólica, já que não bebo”, “mas isso é mesquinharia, todo mundo acaba bebendo e comendo de tudo”, “acho legal ter uma faxineira para limpar os banheiros”, “ah não, eu prefiro gastar meu dinheiro comprando mais cerveja”, “então, você vai lavar o banheiro para mim”; “eu não como carne vermelha, então tem que comprar mais frango para o churrasco”; “vamos todos juntos na estrada?”, “eu não quero ir em comboio, já deu confusão antes”; “gente, não tem espaço para todos dormirem nos quartos”; “tudo bem, nós dormimos na sala”; “é proibido dormir na sala para não atrapalhar o fluxo da casa”... Fora os e-mails gigantescos trocados com sugestões, reclamações, desabafos e lamentações...

No final, tivemos uma baixa significativa. A família resolveu desistir de ir, depois que a vovó foi “vetada” (essa é uma outra história). Um dos pimpolhos também não vai, os pais preferiram deixar com os avós.

Malas prontas, compras feitas, vamos todos pegar estrada e... suportar as horas de engarrafamento!

O importante é o espírito carnavalesco, minha gente! É praticamente um desfile de escola de samba, com seus devidos requisitos: evolução, harmonia, conjunto, enredo, comissão de frente, mestre sala e porta bandeira, velha guarda...

1 de março de 2011

127 Horas


James Franco não levou o Oscar de melhor ator por este filme, mas bem que merecia (apesar do excelente desempenho de Colin Firth, em Discurso do Rei, que levou o prêmio). Quem conhece a história desse filme pode pensar: “ok, mais um filme estilo Náufrago”, ou pior, os tenebrosos “Mar em Fúria” e “Mar aberto”. A sensação de angústia pode até ser comparada a esses dois últimos filmes, mas o final é muito melhor (não vale a pena contar).
 
O fato é que o ator é extremamente competente ao passar verdade interpretando o personagem real (Aron Ralston) que sofreu durante 127 horas (destaque para o momento em que o título aparece no filme! Sacada genial da montagem!), preso a uma pedra num cânion (no deserto em Utah, EUA). Imagina pegar um incidente apenas, com um cenário monótono e transformar em um filme criativo, divertido (em certos momentos) e otimista (apesar do desespero e aflição da situação vivida)? Pois o resultado é esse mesmo: um filme cativante, que prende sua atenção até o final, mesmo causando rejeição em alguns trechos.

Se fosse um filme de ficção, certamente muitos iriam duvidar da capacidade de sobrevivência do personagem. Passar dias sem comida, com pouquíssima água, passando frio, cansaço e, o pior, com o braço esmagado pela pedra causando gangrena (falta de suprimento sanguíneo e, consequentemente, falta de oxigênio). Mas a história é real e o personagem foi seu próprio herói, se salvando com sacrifício e muito, mas muito sangue frio! O que mais impressiona, talvez, é a capacidade de auto-controle de Aron, buscando o equilíbrio físico e, principalmente, emocional. Sem isso, certamente não haveria possibilidade de sobrevivência.
 
É claro que ele tinha conhecimento de causa. Tratava-se de um alpinista aventureiro experiente, preparado (psicologicamente e fisicamente), mas mesmo assim ele foi capaz de superar o impossível. Será que você faria o mesmo que ele fez?