7 de agosto de 2010

Buenos Aires – Esporte, Política e Arte



Essa foto representa muito o espírito de Buenos Aires. Maradona é "O" idolatrado salve-salve dos argentinos, independente de time, mas principalmente pelos torcedores do Boca. Evita Perón ainda é uma figura forte da política do país, sendo até hoje idolatrada pelo povo como ícone da luta pelos direitos trabalhistas. Carlos Gardel é o tango personificado, marca da cultura tradicional de “Mi Buenos Aires Querido”!


Conhecer Buenos Aires é passar por esse tripé cultural, por todo lado da cidade. Desde quando o peso argentino passou a valer menos que o real (hoje praticamente 2 pesos valem 1 real), o destino de muitos brasileiros nas férias passou a ser o país vizinho – sendo mais barato do que muitos estados brasileiros. 


Quem sai do Rio, menos de três horas de vôo direto e você já está na capital argentina. E como toda cidade grande, apresenta seus pontos positivos e negativos. Antes de viajar, escutei muita recomendação para se ter cuidado com roubos e furtos nas ruas de B.A. Graças a Deus, comigo, nada aconteceu, mas durante a viagem escutei casos de turistas assaltados. Como bom carioca, a vivência em minha cidade já me faz ser mais atento a situações, digamos, perigosas ou suspeitas e talvez isso tenha ajudado a evitar esse tipo de transtorno.

De toda forma, as recomendações são as mesmas: evitar andar sozinho em lugares vazios, principalmente à noite; evitar expor objetos de valor, câmeras e também evitar tirar dinheiro no meio da rua etc.
E para aproveitar bem a cidade, mesmo ficando poucos dias (fiquei quatro dias em cada cidade, mas contando três dias inteiros), é preciso andar, andar e andar bastante pelas ruas, assim como pegar metrô (que é muito fácil!), táxi (que é barato!) e talvez se arriscar com ônibus (o mais complicado!). Quando você vai com excursão, além de ficar preso em certos pontos, o tempo que você tem é muito curto, então, definitivamente, não vale a pena. Eu tive direito (pelo pacote) a um city tour de três horas aproximadamente. Serviu para ter uma noção da cidade, mas longe de conhecer em detalhes. Então, resolvi voltar aos lugares que mais me interessei por conta própria.


Resumo do resumo, o que não podia faltar na minha passagem por Buenos Aires:
- Principais pontos turísticos: Obelisco (meu hotel era muito próximo, o que foi um perfeito para mim!); Plaza de Mayo (Catedral, Casa Rosada etc); Puerto Madero (melhores restaurantes e caminhada agradável); bairros Recoleta (Paseio Recoleta, Museu de Belas Artes, Faculdade de Direito e Flor Metálica) e Palermo (Jardim Botânico, Jardim Zoológico, Bosques etc.), Carminito (bem “turistão” com suas casas coloridas, mas faz parte!), Centro (Rua Florida, Galeria Pacífico etc.).
- Restaurantes e confeitarias: Siga La Vaca, La Cabaña Las Lilas, Gatto, Café Tortoni
-  Show de Tango e Milonga.

Sobre esse último, como sempre gostei de dança, não podia deixar de conhecer de perto a cultura do tango. E para isso o turista tem três opções. Eu tentei experimentar as três, mas consegui duas e fiquei satisfeito.


Show de tango existe em vários lugares, com diferentes propostas e preços. Eu queria assistir a um show grande, como eles dizem “para turista apreciar”, e para isso há as grandes casas como Señor Tango e Casa Carlos Gardel. Os preços são mais caros, mas mesmo assim o custo-benefício é bom, porque inclui jantar (pode comprar só o show, mas quem está na chuva é para se molhar, então melhor comprar o pacote completo). Eu assisti no teatro Casa Carlos Gardel e gostei bastante (só me arrependi de ter exagerado no vinho porque me bateu um sono intenso). O show contava a história do tango no país, desde 1930, passando por sua evolução até os dias atuais. Música ao vivo, dançarinos excelentes, figurinos impecáveis em alta produção.

A segunda opção é para quem quer assistir a um show pequeno, com músicos ao vivo e dançarinos profissionais também, mas em lugares bem menores, e nem sempre há serviço de jantar incluído. O charmoso Café Tortoni oferece esse tipo de show, em um salão intimista, com palco pequeno, mas eu não consegui assistir porque tinha que reservar por telefone e achei um tanto complicado. O preço é bem mais barato, é claro.

Já a terceira opção é para quem realmente gosta muito de dançar e quer conhecer de perto essa cultura do tango. Para isso, vale a pena conhecer a chamada milonga. Trata-se de bailes de tango, que são organizados por grupos ou pelo próprio recinto e, portanto, não tem lugar nem horário certo para acontecer. É preciso buscar essas informações e saber qual melhor destino. Geralmente, é freqüentado por senhores da melhor idade, que se reúnem em tardes dançantes. Se compararmos por aqui, é como se um turista conhecesse uma noite no Clube dos Democráticos na Lapa ou um baile em uma academia de dança de salão.

Além disso, em algum desses lugares é possível fazer duas horas de aula, o que dá um gostinho de quero mais! Assim eu conheci a Confeitaria Ideal, que fica no centro, perto da Av. Corrientes e tem programação de milongas e aulas durante toda a semana. Paguei 28 pesos (equivalente a 14 reais) por duas horas de aula com um jovem professor que se preocupou em passar mais a postura e o espírito de um “tangueiro” do que passos de dança. Mesmo assim valeu a experiência porque é como se você aprendesse uma língua estrangeira com um nativo, o que lhe dá mais “conhecimento de causa”, talvez. 


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